Laboratório Orti Oricellari de Análise de Conjuntura em Economia Política Internacional

 

Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID) e Programa de Pós-graduação em Economia Política Internacional (PEPI-IE)

 

Coordenação: Prof. Mauricio Metri

 

Apresentação

 

Construído em 1483 pela família Rucellai próximo ao Rio Arno na Cidade de Florença, os Jardins Oricellariforam por muitos anos palco de encontros e debates de parte da aristocracia florentina no período renascentista. Dele participavam humanistas, filósofos, artistas, políticos, teólogos e comandantes militares, dentre outros. De acordo com a Enciclopédia Maquiaveliana[1], na agenda de debates dos Jardins Oricellari faziam parte o amor pela antiguidade, todas as suas formas de literatura, a escrita historiográfica, o latim, o debate filosófico com base em pensadores antigos e o estudo da política, do passado e de então. Ao centro dos interesses estava a análise dos acontecimentos da conjuntura a partir do conhecimento e do estudo da antiguidade. Segundo a referida enciclopédia, nos Jardins Oricellari praticava-se uma reflexão sobre a história antiga como ferramenta para compreensão das dinâmicas políticas da então conjuntura florentina, italiana e europeia. Portanto, nas galerias dos jardins, entre suas flores, avenidas de vinhas, árvores, colunas, portais, estátuas e bustos de mármore, praticava-se um típico exercício de análise de conjuntura no exato momento em que nasciam o sistema internacional e a própria Idade Moderna.

 

Nos dias de hoje, embora o acompanhamento da conjuntura tenha se transformado consideravelmente pelas mais diversas razões, este segue sendo alimentado pelas mesmos motivações do passado: diante da incerteza quanto ao futuro e da complexidade das tensões, disputas e crises do presente, é um imperativo e um desafio interpretar de algum modo as relações internacionais atuais, as rivalidades e os conflitos globais do dia a dia, além das subjacentes dinâmicas políticas e econômicas características do cotidiano do sistema, sobretudo para quem está no campo da Economia Política Internacional.

 

Nesse sentido, pode-se dizer que o propósito último da análise de conjuntura tem-se preservado em sua essência, revelando uma perenidade estrutural, como se a natureza dos desafios de outrora seguissem ainda vivos de alguma forma no presente.

 

O que parece ser, no entanto, um exercício simples, de esforço de observação do noticiário internacional, ganha outro entendimento quando se percebe que o desafio é justamente não reduzir tal reflexão a um relato dos acontecimentos do dia a dia, como é próprio da atividade jornalística, por um lado, assim como não restringi-la a um exercício propositivo derivado de algum tipo de orientação política ou teleológica, por outro lado.

 

É necessário um distanciamento crítico combinado a uma capacidade de selecionar, organizar, ler e interpretar fatos e processos sociais, muitas vezes, complexos e imprecisos. Isto porque sobre a conjuntura incidem forças e dinâmicas sociais diversas, de diferentes temporalidades, marcadas por fenômenos muitas vezes dos mais profundos, que moldam e influenciam de algum modo o tempo da conjuntura. Como nos Jardins Oricelllari, tanto o conhecimento histórico quanto uma reflexão interdisciplinar sobre as relações humanas e as interestatais são importantes estratégias metodológicas para selecionar e hierarquizar os fatos, as dinâmicas e os processos sociais da conjuntura. 

 

Sob inspiração do pensamento e das práticas renascentistas de outrora, foi criado o Laboratório Orti Oricellari de Análise de Conjuntura em Economia Política Internacional.

 

 

[1]       Machiavelli: enciclopedia machiavelliana, Volume 2, Gennaro Sasso, Istituto della Enciclopedia Italiana, 2014.

A linha de pesquisa abarca investigações de caráter empírico e/ou teórico sobre: (i) a longa duração e as causas profundas dos conflitos internacionais; (ii) as consequências humanitárias dos conflitos armados, da concentração fundiária, da devastação ambiental e as discussões de caráter ético-normativas sobre esses processos e os grupos afetados pela sua disseminação; (iii) as tecnologias GRIN (genética; robótica; informação e nanotecnologia).

O Boletim do Laboratório de Estudos Asiáticos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LEA-UFRJ) é um informativo mensal produzido por alunos de graduação e de pós-graduação vinculados às atividades de pesquisa do laboratório, e que tem como objetivo apresentar análises de conjuntura sobre países, regiões e temáticas transnacionais asiáticas. A proposta é proporcionar ao leitor leigo um material de fácil compreensão, porém com densidade analítica e sobre temas importantes e estratégicos, sobretudo aqueles que são alvo de pouca ou nenhuma atenção dos veículos de comunicação tradicionais. O boletim é mais uma iniciativa de extensão universitária e tem como fim aproximar ainda mais a sociedade dos trabalhos desenvolvidos dentro da universidade.

 

Edições anteriores

Ano 3, Nº 4, Mai. 2019

Ano 3, Nº 3, Abr. 2019

Ano 3, Nº 2, Mar. 2019

Ano 3, Nº 1, Fev. 2019

Ano 2, Nº 7, Ago. 2018

Ano 2, Nº 6, Jul. 2018

Ano 2, Nº 5, Jun. 2018

Ano 2, Nº 4, Mai. 2018

Ano 2, Nº 3, Abr. 2018

Ano 2, Nº 2, Mar. 2018

Ano 2, Nº 1, Fev. 2018

Ano 1, Nº 2, Dez. 2017

Ano 1, Nº 1, Nov. 2017

A linha de pesquisa abarca investigações sobre: (i) regulação, política industrial, política macroeconômica e cooperação econômica no setor de defesa; (ii) as relações entre Economia Política, Geopolítica e Defesa; (iii) a relação entre Desenvolvimento Econômico e Defesa; (iv) Geopolítica e questões estratégicas nos países asiáticos 

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